Breves Notas sobre o Público, a Massa e a Multidão

Nesses tempos de “decisões coletivas”, fui ao oráculo google tentar encontrar alguma pista para algo que me incomodava, mas que não sabia explicar.

Encontrei um livro interessante do professor Ivan Carlo, denominado “Teorias da Comunicação”. Para quem quiser mais informações ou baixar o livro clique aqui.

O professor Gian Danton (pseudônimo de Ivan Carlo Andrade de Oliveira) é mestre em comunicação científica e tecnológica pela Universidade Metodista de São Paulo.  É autor dos livros Manual de redação científica (CEAP, 2001), Manual de redação jornalística. É organizador da coletânea Agulha hipodérmica: o poder e os efeitos dos meios de comunicação de massa (Faculdade Seama, 2002).

Me interessou sua conceituação de Público, Massa e Multidão. Retiro um trecho em que fala do comportamento de massa:

O comportamento de massa é uma novidade do século XIX e surge em decorrência do processo de industrialização e desenvolvimento dos meios de comunicação de massa. A massa age como multidão, de maneira irracional e manipulável. Mas não há proximidade física. Não há ferormônios envolvidos.

Nos grandes centros, as pessoas estão isoladas, atomizadas, e a principal influência acaba sendo os meios de comunicação de massa. É a multidão solitária.

A principal característica da massa é o pseudo-pensamento. A massa acredita que  pensa, mas só repete o que houve nos meios de comunicação de massa. Segundo Luiz Beltrão, o poder massificante da sociedade é de tal ordem que o indivíduo se recusa a acreditar que é apenas uma peça da engrenagem social e que suas idéias são idéias que lhe foram implantadas pela mídia. Ao ser perguntado o porque de suas idéias, o integrante da massa repetirá exatamente o que ouviu de seu apresentador de TV favorito. Ou então dirá simplesmente: “É claro que é assim. Você não viu que saiu no jornal?” ou “mas todo mundo gosta disso, por que você não gosta?”

Fisiologicamente, o comportamento de massa é identificado o complexo límbico, a camada do cérebro característica de mamíferos e que governa o instinto de rebanho. Assim, a aspiração máxima do integrante da massa é ser aceito pelos seus pares. Ele fará qualquer coisa para se adequar e procurará repetir os outros em tudo. É o famoso Maria vai com as outras.

O comportamento de massa fica claro em pessoas que têm ânsia de andar sempre na moda. Vestir a roupa do momento é uma forma de não “estar por fora”. Claro que quem ditará o que é moda são os meios de comunicação de massa, que se aproveitam dessa necessidade de rebanho, de aceitação social, para vender seus produtos e manipular a massa.

Como a massa não pensa, ela precisa de alguém que pense por ela, ela precisa de um pai, que lhe diga o que fazer. Esse papel já foi exercido por líderes políticos, como Hitler e Getúlio Vargas. Não é à toa que o ditador brasileiro era chamado de “pai dos pobres”. Hoje quem normalmente exerce essa função são figuras importantes da mídia, tais como apresentadores de TV. Esse inclusive é um fator potencialmente perigoso da massa. Como obedece cegamente aos impulsos recebidos pela mídia, a massa pode adotar um tom de verdadeiro fanatismo contra qualquer um que ouse discordar de seus pontos de vista.

Como a massa não tem consciência de sua situação, ela é feliz, feliz como o gado na engorda. Não é à toa que Zé Ramalho nos diz, em musica cantada como toada de boi: “Eh! Oh! Oh! Vida de gado Povo marcado eh! Povo feliz…”.

O homem das multidões de Poe era um homem-massa, incapaz de estar só, mas também incapaz de criar relacionamentos profundos. Sua única aspiração era ser aceito pelo grupo, mesmo que para isso precisasse sacrificar sua identidade. Poe o abandona dizendo que de nada adiantaria continuar a segui-los, pois tudo que se poderia saber dele já se sabe.

Tenho observado como é difícil escapar desse redemoinho tansformador de pessoas em massa. Para mim o que interessa é a pergunta: Como transformar o limão em limonada? Ou dito de outra forma: como superar em espaços de decisão coletiva, os  processos que transformam coletivos em massa?

Negociação e o tempo político – algumas impressões

O processo de negociação é difícil, e é apenas o início do processo.

Quando se olha um pouco mais à frente, se observa que o calendário de 2010  está espremendo e afunilando um processo que é longo e complexo.

Como transformar em pontos comuns um mar de diferenças em uma relação que também é de capital e trabalho e transformar isso num acordo assinado entre as partes?

E depois acompanhar a transformação desse acordo numa exposição de motivos do Ministro do Planejamento para o Presidente (Casa Civil), e num projeto de lei ou medida provisória.

Fiscalizar diligentemente o processo de aprovação dessa peça na Câmara dos Deputados e no Senado, num momento pré-eleitoral em que o tempo que os parlamentares ficam em Brasília é cada vez menor.

Entendendo que é preciso passar por todo esse processo ainda no primeiro semestre, devido ao calendário eleitoral e legal existente (LDO, LOA, etc).

Compreendendo que o processo é de ebulição crescente e afunilamento, tendo em vista que dezenas de categorias também olham para tal calendário e realizam seus movimentos. Em que a própria Condsef aprova um calendário de mobilização que culmina com indicativo de greve para o conjunto da categoria dos servidores a partir de 5 de abril, devido a não confirmação de agendas com várias categorias.

A atual situação me leva a lembrar de uma  outra que vivi tempos atrás… E de um ditado que aprendi quando ainda militava no movimento estudantil (ainda estava no DCE, não era Diretor da UNE ainda), em que recusamos uma proposta da Reitoria  feita num processo de negociação de mensalidades escolares, batendo o pé em nossa (legitima e correta) proposta: “O ótimo é inimigo do bom!”

Analisando agora, de longe, vi que haviámos conseguido na mesa de negociação uma razoável proposta, melhor do que acabou ficando após entrarmos na justiça!

Querendo o justo, abrimos mão do bom e acabamos ficamos com o ruim… É a vida… Toda decisão tem um preço… Mas como foi uma decisão tomada coletivamente, creio que foi a correta. Até porque foi pedagógica. Aprendi com ela.  Se puder contribuir no processo coletivo de tomada  de decisão de agora, terá valido mais a pena ainda…

Segurança X Liberdade: O Governo Lula indica o caminho!

No debate saudável sobre a relação existente entre segurança de rede e a liberdade do acesso a informação, que aparentemente coloca em lados opostos as equipes de segurança de redes e o resto do mundo, é possível encontrar algumas luzes no seio do próprio Governo Federal.

Vários Ministérios disponibilizam, por exemplo, o youtube como ferramenta de divulgação de suas ações, como o Ministério do Planejamento, o Ministério da Fazenda e o Ministério das Relações Exteriores.

Veja abaixo:

Ministério das Relações Exteriores

Ministério da Fazenda

Ministério do Planejamento

Estariam estes órgãos fragilizando a segurança de suas redes, por conta dessa ousadia?

Por outro lado, o Próprio Palácio do Planalto, entendendo a importância das novas mídias na busca de interação com o cidadão, criou o Blog do Planalto (aqui na versão livre, com direito a comentários).

Já o Ministério da Cultura mantém um Blog e um espaço destinado a cultura digital.

O Ministério da Defesa vai além, e disponibiliza o acesso a Rádio Verde Oliva e a Rádio Força Aérea em seu sítio.

O twitter é utilizado inclusive pelo próprio Inep como ferramenta de divulgação, e é largamente utilizado na Esplanada.

Então o Governo Federal já dá uma boa idéia de como é importante o uso dessas ferramentas. Limitar o uso e acesso a tais ferramentas representa uma limitação ao exercício da plena capacidade de uma equipe técnica. Ainda mais em espaços de pesquisa, que requerem o acesso a informações atualizadas.

O surrado argumento de que os blogs podem disponibilizar downloads (filmes, músicas, etc) que trazem junto vírus ou códigos maliciosos com capacidade de infectar a rede não se sustenta, já que essas atividades (download de músicas e filmes piratas) são atividades ilegais, que  o Governo Federal repudia e que não podem ser realizadas por qualquer servidor público sem incorrer no risco de uma sindicancia e/ou PAD (processo Administrativo Disciplinar).

Então, é preciso utilizar o instrumento correto  para atingir o fim adequado , para que não se jogue a criança junto com a água do banho.

Bloquear o acesso a blogs,  youtube, twitter, entre outros, não é  a resposta correta para o problema.

Vamos discutir um pouco mais sobre o assunto?

Leia mais: http://microferas.blogspot.com/2009/09/o-bloqueio-de-blogs-no-brasil.html#ixzz0g7r5fXVN

Possibilidades de pesquisa do Censo Escolar

O Censo Escolar, realizado anualmente pelo INEP, é um campo verdejante para pesquisas. Um exemplo disso foi um rápido levantamento que realizei com base nos dados do Censo Escolar 2008, realizado pelo INEP/MEC, e que identificou a quantidade de crianças, jovens e adultos que estudam na educação básica pública de Joinville por Unidade da Federação (UF) de nascimento.

Com os dados obtidos pelo Censo, foi possível tabular a origem das famílias dos migrantes que chegaram a Joinville nos últimos anos. Como os dados abrangem o universo da Educação Básica pública do município, isto é, refletem a realidade todos os estudantes da educação básica, e não apenas uma amostra, os dados são significativos.

De acordo com a Tabela 1, a maior parte das famílias que chegou a Joinville nos últimos anos é do próprio Estado de Santa Catarina (7,3%), do Paraná (7,2%), de São Paulo (2%) e do Rio Grande do Sul (1,1%).

Tabela 1

Número total de alunos da educação básica que estudam em Joinville-SC

Por UF de Nascimento (2008).

UF

Nº Alunos

%

Joinville 103568 78,69
SC(exceto Jlle) 9691 7,36
PR 9540 7,25
SP 2641 2,01
RS 1548 1,18
MG 779 0,59
DF 674 0,51
CE 643 0,49
RJ 441 0,34
Outros 2089 1,59
Total: 131614 100

Fonte: Censo Escolar INEP/MEC 2008

A figura abaixo apresenta a espacilidade dessa migração:

Fonte: Censo Escolar INEP/MEC 2008

No geral, os dados demonstram que o fluxo migratório de famílias para Joinville ainda continua, mas perdeu força.

O mais importante, neste e em outros casos, é saber utilizar o censo como fonte de informações e subsídios para instrumentalizar o processo de gestão e formulação de políticas públicas.


Novidades na gestão pública?

Boa parte da “intelitgensia” especializada reconhece o Sistema Único de Saúde – SUS como modelo mundial de política pública de saúde. Isso é sabido e festejado, e deve ser motivo de orgulho para o povo brasileiro e para todos que ajudaram a construir coletivamente tal modelo (apesar de todas as dificuldade observadas na prática).

O que ainda não foi reconhecido pelo radar com o mesmo vigor, infelizmente, são algumas experiências inovadoras no campo da gestão do SUS, que oferecem importantes lições e servem como exemplo no campo da inovação em gestão pública em geral.

Exemplo de inovação são estratégias de gestão que tem a educação permanente como eixo orientador. Essas experiências revelam muito de uma nova maneira de gerir a coisa publica, em que o aprendizado a partir das práticas cotidianas podem promover uma revolução radical na maquina estatal. Essas experiências demonstram que é possível pensar a gestão pública a partir de outras lógicas, e deveriam servir de exemplo não só para o SUS em seu conjunto, mas para todo o serviço publico brasileiro.

Um dos principais formuladores da Política de Educação Permanente como estratégia de gestão em Saúde Pública é Ricardo Burg Ceccim, professor da UFRGS e ex-Diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde na Gestão de Humberto Costa (2003-2005).

Recorto duas reflexões de Ricardo, e deixo alguns links para textos dele:

Dessa maneira, além de processos que permitam incorporar tecnologias e referenciais necessários, é preciso implementar espaços de discussão, análise e reflexão da prática no cotidiano do trabalho e dos referenciais que orientam essas práticas, com apoiadores matriciais de outras áreas, ativadores de processos de mudança institucional e facilitadores de coletivos organizados para a produção.

Tomar o cotidiano como lugar aberto à revisão permanente e gerar o desconforto com os lugares “como estão/como são”, deixar o conforto com as cenas “como estavam/como eram” e abrir os serviços como lugares de produção de subjetividade, tomar as relações como produção, como lugar de problematização, como abertura para a produção e não como conformação permite praticar contundentemente a Educação Permanente em Saúde.

Ricardo trilha um caminho interessante, inovador, jogando luz para uma nova interface entre gestão e educação, que abre possibilidades para muitas outras áreas da gestão pública, além da saúde pública. Ao linkar gestão e educação, dá concretude a política de inovação na gestão pública, criando verdadeiros espaços de produção do saber a partir da prática e aprendizado organizacional.

Clique aqui e aqui para saber um pouco mais sobre as ideias de Ricardo.

Trocando figurinhas sobre o Mercado da Educação

Estou lendo um livro muito interessante de Michael W. Apple (Educando à Direita, da Cortez Editora). O professor Michael Apple é atualmente Diretor do Centro de Estudos de Currículo, Instrução e Política Educacional da Universidade de Winsconsin-Madison.

Basicamente, o livro apresenta uma análise do projeto político-pedagógico implantado nos Estados Unidos, e suas conexões com a imposição de novas lógicas e racionalidades hegemônicas, verdadeiras ameaças à lucidez científica, educacional e pedagógica, do ponto de vista de uma educação libertadora.

Gostaria de destacar dois trechos que me fizeram pensar no Brasil:

…paradoxalmente, um currículo nacional e um programa nacional de provas são os primeiros passos – e mais essenciais – para uma mercantilização maior. Eles fornecem os mecanismos para a obtenção de dados comparativos que os “consumidores” precisam para fazer os mercados funcionarem como mercados. Sem esses mecanismos, não existe base comparativa de informação para se fazer uma “opção”.(p. 104-105)

…[falando da experiência dos programas de avaliação da Inglaterra e País de Gales] A pressão para implantar rapidamente as provas significou que “a velocidade da formulação da prova é tão grande, e as mudanças no currículo e na avaliação tão regulares, que há pouco tempo para realizar análises detalhadas e testá-las para assegurar que as provas sejam tão justas quanto possível para todos os grupos”. (p. 108-109)

Vamos trocar ideias sobre o assunto?

Adote um gramático!

No texto  – Sempre o ENEM – uma operação de guerra, publicado na Coluna virtual do Cláudio Humberto, o membro da Academia Brasileira de Letras Arnaldo Niskier mistura alhos com bugalhos e acaba fazendo (voluntária ou involuntariamente?!?) o triste papel de defensor da velha, antiga e pouco útil escola da decoreba.

Sem me aprofundar no debate proposto pelo acadêmico, por demais raso, da qualidade dos itens da prova do ENEM, ressalto que aparentemente a prova é toda  escrita na norma padrão de nossa língua portuguesa e apenas aqueles que não conhecem nossa língua tiveram dificuldades.

Por outro lado, o acadêmico parece esquecer que não se estuda gramática apenas por estudar. A intenção de estudar gramática nunca pode ter um fim em si mesma. Estudamos a gramática para que possamos nos comunicar com o mundo, compreender suas manifestações, seja lendo, ouvindo, conversando ou escrevendo.

Se o acadêmico está saudoso da presença de itens de conjugação verbal, crase, colocação pronominal descontextualizados e inúteis do ponto de vista comunicacional, é porque aparentemente freqüenta um castelinho acadêmico que ainda não se abriu para o mundo moderno.

Mas o pior, para quem acompanha o debate sobre a educação brasileira certo rigor, é o que parece estar por trás da interpretação do membro da Academia Brasileira de Letras: a defesa corporativa de uma categoria que está em extinção – os que acreditam que educar para a vida é decorar regras, fórmulas e conceitos, sem maior reflexão.

Me parece que o acadêmico só não é totalmente favorável ao fim do ENEM por que se beneficia, como dono de escola que é, de um subproduto não esperado do ENEM: a regulação do mercado da educação, através da criação do maldito ranqueamento entre escolas.

Gostaria de reproduzir um trecho em especial do texto do acadêmico:

O que está acontecendo, meio na surdina, é que os linguistas tomaram de assalto a elaboração das questões e desprezaram, como é do seu estilo, a importância da Gramática para o bom conhecimento do nosso idioma. Não dá para justificar essa preferência, a menos que o Inep deseje entrar para a história como o órgão público que acabou com a Gramática, nas nossas escolas. De onde terá vindo essa esdrúxula orientação?

Tire o ódio de seu coração, nobre acadêmico!

O INEP não quer acabar com a gramática, quer acabar com a inutilidade que está presente na decoreba como estratégia pedagógica, e já fartamente demonstrada em pesquisas que tratam do assunto.

No mundo de hoje, não há mais espaço para estratégias que estão focadas no passado, patrimonialistas inclusive (como aquelas velhas táticas que datam da época do Império, de buscar a aproximação do poder com homenagens e rega-bofes) e que olham o país com os olhos no passado, no espelho retrovisor.

O desafio do Brasil é superar essas práticas do passado, com os dois pés enterrados no presente e olhando para o futuro.

P.S. Imaginei como seria interessante o acadêmico mobilizando uma ampla campanha, com palanque na Cinelândia inclusive, discurso e choro: “Adote um gramático!”.

Tentando decifrar a TRI (Teoria de Resposta ao Item)

A Teoria da Resposta ao Item (TRI) baseia-se em um conjunto de modelos estatísticos que relacionam um ou mais traços latentes (não observados) de um indivíduo com a probabilidade deste dar uma certa resposta a um item.

O traço latente é a habilidade/proficiência que se quer mensurar. Basicamente, se diz que quanto maior a proficiência do examinado, maior a probabilidade de ele responder corretamente ao item.

Com um número razoável de respostas, “estimamos” os parâmetros de cada item: dificuldade (b), discriminação (a) e acerto casual (c), através de um processo estatístico .

A estimativa da habilidade do examinado é o valor da escala mais coerente com o conjunto de resposta dele, também através de um processo estatístico.

Assim, tomando como pressuposto que uma prova foi construída utilizando a TRI, ela vai apresentar itens que representam diferentes níveis de dificuldade. Calcular a proficiência de cada um dos respondentes vai levar em consideração qual item ele respondeu corretamente. No exemplo abaixo, em que 3 respondentes acertaram o mesmo número de itens, a TRI, quando estimada com três parâmetros (a, b e c), indicará diferentes níveis de proficiência para cada um deles.

De acordo com a TRI,  é possível inferir que o respondente 1 terá maior “nota”, já que acertou os itens em ordem de dificuldade crescente até a faixa de 400 da escala apresentada. A seguir virá o candidato 2, uma vez que demonstrou consistência no acerto de respostas até a faixa de 300.

Já o respondente 3, que acertou apenas o item na faixa de dificuldade 100, e teve os demais acertos em faixas aleatórias de dificuldade ao longo da prova, terá a menor proficiência dos três respondentes.

Assim, de maneira muito simplificada, a TRI é uma construção estatisticamente consistente, que permite a comparabilidade entre séries e anos, e que possibilita a construção de uma interpretação pedagógica da escala (isto é, o que representa do ponto de vista pedagógico, estar em cada um dos níveis de proficiência da escala).